AS PESQUISAS E A FESTA NO CÉU. – 22/10/2014

Minha avó contava uma estória engraçada que também era repetida por minha mãe, o nome da estória era a festa no céu. Vou tentar resumi-la e depois fazer um “blend” com as pesquisas de intenção de votos.
A estória; conta-se que houve uma festa no céu, todos os bichos foram convidados, menos o sapo que foi preterido. No auge da festa, o sapo depois de muitos esforços, não se sabe como, apareceu por lá. Tendo sido descoberto, foi colocado para fora sumariamente e entregue aos cuidados de uma águia para joga-lo onde bem entendesse. Estando o sapo nas garras da águia, durante o voo, travou-se o seguinte diálogo. Águia perguntando ao sapo, onde queria que fosse lançado, na lagoa ou no rochedo? O sapo, ardiloso e conhecedor dos desígnios daquela ave (sem adentrar na classe taxonômica ave /animal) optou por ser lançado sobre o rochedo, alegando que já não suportava mais a lagoa com aquele cheiro asqueroso e água lamacenta e preferia o rochedo, mesmo correndo o risco de morte.
Ato contínuo, a águia o lançou na lagoa, ao que o sapo imediatamente agradeceu dizendo: era isto que eu queria. Sim… Mas o que isto tem a ver com as pesquisas? Vamos tentar explicar.
Os institutos de pesquisas já mostraram que podem falhar nos índices relativos a cada candidato, no caso de Aécio, no primeiro turno indicava vantagem expressiva de Dilma e Marina, ficando Aécio em terceiro. O resultado das urnas foi totalmente diferente, com Dilma e Aécio indo para o segundo turno.
O que se vê agora com as pesquisas não é muito diferente, não se questiona aqui a metodologia ou qualidade das pesquisas e das empresas que as realizam, mas sim algo subjacente, que está oculto a todos aqueles que se debruçam sobre as eleições tentando prever os resultados, as grandes consultorias com suas planilhas , índices e estatísticas, como se estivesse buscando o “santo graal” ou uma “panaceia” diante de toda esta balbúrdia para poder revelar o que está escondido. O dia 26 de outubro parece estar a ano luz de todos.
E a estória, articulista?? Calma… vamos a ela, o sapo, grande protagonista da narrativa é uma analogia a multidão, aquela mesma que saiu as ruas em junho de 2013 enviaram um recado aos políticos e governantes em geral, mensagem esta, ainda não discernida totalmente. O sapo quando arguido pela águia entre uma opção e outra, usou de subterfúgio, dando a entender que queria uma coisa, mas a real intenção era outra. No direito, chama-se isto de instituto da reserva mental, ou considerado por alguns doutrinadores como simulação unilateral.
No caso das pesquisas, quando perguntado em quem vai votar, o eleitor responde uma coisa, pensando em outra. Todavia, quando confrontado com a urna eletrônica, aparece a real intenção de voto, em vez do rochedo a lagoa. Ao que tudo indica o Aécio está mais para a lagoa. Seria esta a mensagem apocalíptica da multidão nas ruas em 2013 em avisos imperceptíveis aos mercados e instituições?
O final feliz seria o sapo na lagoa? Bem, esta já seria outra História, por enquanto, teremos que aguardar os próximos capítulos para ver o final.

Dados sobre o autor:
Paulo S.Silvano Oliveira
Advogado
Extensão em Direito marítimo e Portuário
Áreas de atuação, navegação (onshore, offshore e longo-curso) Portos
“Expertise” em portos – tendo atuado por 10 anos em portos da VALE.
e-mail: paulosilvano.juridico@gmail.com
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