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COLETORES, CAÇADORES E HORTICULTORES – 6/6 – 30/08/2012
RESUMO
Aborda culturas em que a mulher dava à luz, cuidava dos bebês e em algumas culturas os homens se envolviam com tal fato, em outras não. Observa que as mulheres governam os homens, contudo em muitas o status feminino é igual ao status masculino. Contempla uma divisão sexual de trabalho; embora em outras sociedades o que a mulher faz seja exatamente o trabalho que o homem executa. Descreve sobre a submissão da mulher, sobre a agressão entre os homens, e a sociedade coercitiva, hierárquica e dominadora sobre a mulher.
Palavras-chave: mulher, status feminino, sociedade, responsabilidade.
Em todas as culturas estudadas mulheres davam à luz e cuidavam dos bebês e em muitas, mas não todas, os homens se envolviam com esse fato. Muraro (2000), assevera que em nenhuma dessas culturas as mulheres governam os homens, contudo em muitas o status feminino é igual ao status masculino.
Esses grupos compartilham alimentos, entretanto uns cooperam mais e outros competem mais. A guerra entre esses grupos é rara, e há uma divisão sexual de trabalho, ou seja, o que o homem produz é mais valorizado do que o produto feminino; embora em outras sociedades o que a mulher faz seja exatamente o trabalho que o homem executa.
Na maioria de tais sociedades, não importa o que é produzido, todavia o gênero ou a pessoa que a faz que confere distinção ao que é feito. O alimento básico (vegetais) é produzido pela mulher; a carne, que raramente aparece, é responsabilidade do homem e é alimento de status.
Muraro (2000, p. 39) constrói a seguinte reflexão:
Grande número de estudos foi realizado sobre estas sociedades, sejam elas matrilineares ou patrilineares, e encontrou-se que as sociedades matrilineares eram menos competitivas em relação à terra e seus frutos, enquanto as patrilineares eram mais agressivas e competitivas, dentro e fora do grupo. Nas sociedades patrilineares, os indivíduos competem entre si, e a sociedade como um todo compete com as outras.
Nas sociedades matrilineares, a vida sexual é menos reprimida e mais integrada com as outras atividades, ao passo que nas patrilineares os códigos são mais rígidos. Assim, as sociedades matrilineares tendem a ser sexual e socialmente mais igualitárias do que as patrilineares. Embora os casamentos sejam mais instáveis nas sociedades matrilineares, estas como um todo são mais estáveis e integradas do que as patrilineares, porque a maior estabilidade dos casamentos patrilineares não advém da escolha, mas da coerção.
Como estas sociedades são constituídas de pequenos grupos, deslocam-se com rapidez, não há desigualdades e também não há regras nem formas institucionalizadas de governo. A centralização é concedida por méritos pessoais, e não há coerção por parte do líder. Ele ou ela persuade, seduz ou “chama à ordem”, para que o grupo obedeça. O líder tem que ser o exemplo, sendo o(a) melhor trabalhador(a). A escolha dessa pessoa é consensual, sendo assim, a liderança não contempla privilégios. Nada é decidido somente por uma pessoa, tudo é compartilhado. São extremamente pacíficos e não violentos Muraro (2000).
Entre os gêneros, tendem à monogamia – um(a) só parceiro(a) de cada vez. Não há relação de exploração, a poligamia é muito rara.
Em se tratando à submissão da mulher, estudiosos fazem uma reflexão sobre a agressão entre os homens, qual seja: alegam que as culturas de caça deram origem à tal agressividade; tornando a sociedade coercitiva, hierárquica e dominadora sobre a mulher.
Ernestine Friedl (1975) descreve cinco padrões relacionais entre homem-mulher nessas sociedades conforme as relações com a caça e com a coleta.
ü Homens e Mulheres Coletam,
Homens Caçam
Os hazda da Tanzânia vivem num ambiente de vegetação e de caça fartas. Servem de exemplo para este padrão. Cada um pode sustentar-se, assim, os dois gêneros são altamente independentes quanto ao suprimento de alimentos, contudo as mulheres ainda dependem dos homens para comerem carne e para terem itens supérfluos que dependem do comércio (circulação da carne entre as tribos).
Sendo assim, a estratificação sexual é pequena, os casamentos não são importantes para a sobrevivência individual de homens e mulheres. Ocorrem mais por atração sexual do que por necessidade.
ü Homens e Mulheres Coletam
Homens e Mulheres Caçam Coletivamente
Exemplificando este padrão tem-se os mbuti, pigmeus do norte do Zaire. Em se tratando dos gêneros são igualitários e interdependentes. Não só a alimentação, todavia todo o trabalho é executado comunitariamente. É o que Friedl (1975), denomina de “interdependência cooperativa”. O papel da mulher nessa interdependência cooperativa é muito importante. Há pouca especialização de trabalho relativa ao sexo. Um homem não fica envergonhado de colher cogumelos ou dar banho num bebê. As mulheres são livres para opinar nas discussões dos homens, caso tenham algo a dizer. O homem sem esposa não pode caçar, não tem ajuda no que tange à cozinha, à construção de moradia, à colheita de frutos e vegetais. Assim, o homem que não casa é prejudicado e preterido. A cooperação dos gêneros é essencial para a sobrevivência física de ambos.
ü Homens Caçam
Mulheres Coletam
Tal trabalho dialoga com uma complementaridade e uma interdependência entre os dois gêneros. Entretanto, como a caça é mais valorizada, o trabalho masculino é deveras mais apreciado do que o feminino. Na Califórnia, os índios americanos washo vivem numa tribo em que é necessário estocar grãos para suprir a alimentação no inverno. A caça era exclusiva dos homens; para as mulheres, a caça era um tabu. Utilizavam arco e flecha para a caça de animais enormes, assim, requeria muita força e muita perícia. Era então objeto de magia e ritos que o caçador deveria conhecer muito bem, com isso, aproximavam-se muito mais do sagrado do que as mulheres.
Da mesma forma que havia magia e rituais para a caça, havia rituais e magia para a colheita de pinhões, que acontecia depois do inverno, com o clima ainda extremamente frio, as mulheres deveriam colher rapidamente os pinhões, para não morrer de fome durante a época fria. Tal trabalho não era valorizado como a caça.
Nenhum elemento da tribo poderia ficar sem casar, devido ao frio e à escassez.
Eram pacíficos, todavia afastavam elementos de outras tribos de suas fronteiras. Iniciava aí, um desenho de propriedade privada.
ü Homens Caçam
Mulheres Processam o Produto da Caça
Tal padrão ocorre em regiões desérticas ou semidesérticas, locais em que não existe vegetação, ao menos parte do ano.
É o caso dos esquimós, que habitam regiões permanentemente frias do Ártico. Aos homens é atribuída a caça de animais de grande porte e a pesca submarina. Às mulheres cuidam da conservação e processamento das peles para confecção de roupas que protejam do frio e também da casa. O trabalho feminino é sedentário, ao contrário do trabalho masculino.
Nesta sociedade, os homens dominam as mulheres, que são inteiramente dependentes deles para seu alimento. Tal dependência reflete sobremaneira no cotidiano das famílias esquimós. Os homens são os primeiros a serem servidos à mesa; depois os filhos; as filhas e, por último a mãe.
A liderança é composta pelos melhores caçadores, eles decidem a vida da aldeia. Os xamãs são muito importantes, visto que a caça é permeada por ritos e magia. Aos xamãs são servidos os melhores pedaços da caça, que redistribuem a seu bel-prazer, ganhando assim prestígio e favores da aldeia. O comércio é praticado fora da aldeia somente por homens.
Um dos atributos mais valorizados na vida do esquimó é a coragem. A perigosa caça à baleia é permeada de ritos e magia, todavia é uma prática intensiva de coragem.
Mesmo havendo desigualdade, o trabalho feminino é essencial à sobrevivência da aldeia. Nesta sociedade, já há sinais de violência contra as mulheres, tais como: espancamento, estupro e rapto de jovens solteiras para casamento.
Muitos antropólogos descrevem que os esquimós oferecem suas mulheres para o visitante como forma de presenteá-lo.
ü Mulheres Coletam e Caçam
Homens Caçam e Pescam
Este padrão é o mais complexo de todos. Como exemplo tem-se os tiwis – aborígines da Austrália. As mulheres são as responsáveis pelo suprimento de alimentos que provêm da terra, quais sejam: vegetais e animais. Os homens, responsáveis pelos alimentos que vêm da água e do ar, quais sejam: peixes e aves. Os animais da terra não são tão perigosos como os crocodilos e outros répteis que os homens perseguem na água.
A monogamia é a regra para a maioria dos coletores e caçadores, não para os tiwis, eles são poligâmicos. Os homens são polígamos, as mulheres adotam a monogamia serial. Tal fato se deve provavelmente ao fato das mulheres caçarem e coletarem ao mesmo tempo, ou seja, à alta produtividade. No caso da poligamia masculina, ela não requer do homem sustentar todas as mulheres, como entre os esquimós, washos, pigmeus e hazdas. As mulheres excedentes libertam o homem de qualquer trabalho. Isso se deve ao fato de o homem ter mais de uma mulher quando está em idade avançada, sendo assim, não tem condições físicas suficientes para se alimentar, sendo alimentado por outros membros do grupo.
Em se tratando de casamento, é também muito complexo. As mulheres estão sempre casadas. São negociadas pelos pais desde antes de nascerem. Para os homens quanto mais contrato de casamento arrumem, mesmo que a menina ainda não tenha nascido ou que não seja capaz de cumprir suas tarefas na casa do marido, mais prestígio terão. Como as mulheres casam com homens bem mais velhos, a tendência é a viuvez. Outra vez, a mulher será objeto de contrato feito pelo irmão ou pelo pai, juntando-se assim à família do novo marido. Sendo assim, devido ao prestígio acumulado, as mulheres são muito valiosas, mesmo as anciãs.
O que é instigante neste estudo é saber que a mulher com marido velho, tem direito de se relacionar em casos extramaritais com jovens não casados da tribo. Isso ocorre quando a mulher tem o(a) primeiro(a) filho(a).
Ao contrário das famílias patriarcais, as meninas são preferidas, porque geram mais contratos para os pais. Como o homem é polígamo e é difícil arranjar esposas, até as mulheres mais velhas são cortejadas.
Outra curiosidade fascinante é a relação da sogra, do genro e do sogro. Ao nascer a filha, a mãe se torna sogra, sendo sogra, poderá fazer negócios com o futuro genro, obtendo assim tudo o que precisa. Dessa forma, a mulher consegue participação no grupo. Tal relação dura até o final da vida. Ao se tornar anciã, a sogra tem sua subsistência garantida pelos genros, assim também acontece com o velho sogro. Assim, os tiwis encontraram uma forma de liberar os mais velhos da difícil tarefa de subsistência.
Enquanto os homens são polígamos e na juventude lutam para conseguir a mulher, começando por uma mais velha; as mulheres começam a sua monogamia serial com um homem muito mais velho e terminam com outro homem muito mais novo.
A tarefa de criar os filhos é dividida entre todas as co-esposas, aliviando assim o fardo do trabalho doméstico cotidiano.
Assim sendo, a desigualdade entre os dois gêneros, nesta cultura, é bem menor do que em nossa civilização ocidental tecnologicamente avançada.
Segundo o estudioso Friedl (1975), há, portanto, uma permissividade sexual maior nas sociedades mais primitivas, mais matrilineares, e a mesma vai diminuindo à medida em que os homens assumem o controle dos frutos, da terra e das esposas.
Vale uma reflexão de Muraro (2000), sobre as considerações feitas anteriormente, qual seja, os corpos e as mentes femininas são moldados pelo sistema produtivo em que se está inserido.
Muraro (2000, p. 51) contempla:
As sociedades horticultoras simples estão no limiar das sociedades agrárias mais adiantadas. Plantam com instrumentos simples e com métodos primitivos. Ao contrário do arado, estes não permitem revirar o solo em profundidade. Estes povos são por isso seminômades, pois, uma vez esgotada a terra, esta pode ser abandonada em alguns anos e retomada pela floresta. São assim os primeiros grupos que podem produzir os primeiros excedentes. A maioria destas sociedades é uma mistura de caça, pesca e alguma coleta, bem como os primórdios da domesticação de animais.
As sociedades horticultoras mais avançadas já conhecem a fundição dos metais e, portanto, podem cultivar o solo com pás, picaretas e enxadas, revolvendo a terra com maior profundidade e aumentando assim a sua fertilidade, mas ainda não são sociedades agrárias, que requerem métodos tecnologicamente mais sofisticados, como o do que nas sociedades horticultoras simples, e também as armas são mais aperfeiçoadas, o que permite maiores períodos de guerras entre as diversas tribos. São sociedades maiores, mais densas que os grupos de caça ou de coleta, apresentando estruturas políticas e econômicas mais avançadas do que aquelas.
As sociedades horticultoras simples tendem a ser igualitárias. Como nas sociedades anteriores, seus líderes não exercem coerção, mas persuasão. Os alimentos e a terra são bens comuns, não existem disparidades de poder e riqueza.
Ao contrário das sociedades de coleta, existem entre os horticultores vastas castas de prestígio e competição por status; todavia a posição de prestígio não é hereditária, cada um tem que conquistá-la individual e continuamente.
Muraro (2000), afirma que nas sociedades horticultoras mais avançadas, inicia um embrião de hereditariedade e um começo de trabalho escravo. Uma casa de nobres guerreiros pode isentar-se dos trabalhos pesados do campo.
Como exemplo tem-se os incas, os maias, os astecas que controlavam vastos impérios sem terem características de sociedades plenamente agrárias.
Muitas mulheres de classes dominantes exerciam poder sobre os homens de classes inferiores devido a sua posição, contudo não tinham poder sobre homens de mesmo status ou de maior posição.
Consoante Muraro (2000), quando as mulheres dominam o processo de plantio, elas também comercializam o produto do seu trabalho; quando os homens plantam, são eles os comerciantes.
Em se tratando de comercializar os produtos, as mulheres raramente tem mais poder que os maridos, entretanto lhes dá maior discernimento em suas comunidades e autonomia pessoal, como acontece em algumas regiões da África e Andes.
Tal fato serve de apoio para as sociedades horticultoras simples e muitas das avançadas apresentam uma estrutura matrilocal ou matrilinear.
O papel econômico da mulher segundo Louro (1999), e sua importância política são fatores dominantes. Entre os índios iroqueses do norte dos Estados Unidos, as mulheres exerciam poder político e econômico relevante. Os homens se ausentavam por muito tempo, seja em guerras ou viagens. As mulheres cultivavam o solo e controlavam o produto de seu trabalho.
Cada família, linhagem, possui uma “casa grande” chefiada por uma velha matrona, todos trabalham comunitariamente. O conselho de anciãos composto de homens era em geral nomeado por meio da influência das mulheres.
Segundo Muraro (2000), antropólogos crêem que a patrilinearidade, e com ela a patrilocalidade, e com ambas, tem-se o início a gênesis do patriarcado, com a necessidade de competição entre as populações por carência de alimentação.
Como exemplo, tem-se os ianomamis, habitantes entre a Venezuela e o Brasil, em que é considerada uma das sociedades em que há maior dominação dos homens sobre as mulheres em todo o mundo (MURARO, 2000). Os ianomamis sofrem uma escassez de proteínas, embora possam plantar quase todo tipo de vegetal, a caça é rara e difícil.
Toda essa situação estimula a desqualificação feminina, a agressão masculina, com a consequente truculência sobre o elemento feminino.
Entre os ianomamis, há duelos brutais entre homens a fim de provar a coragem dos duelistas. As mulheres ianomamis são talvez as mulheres mais brutalizadas e vitimizadas do mundo. Com feridas, cortes e cicatrizes infligidas por seus homens, podendo até matá-las sem motivo. Quando o marido pune sua mulher em público, aumenta sua imagem viril. As mulheres esperam ser espancadas, vitimizadas, humilhadas e degradadas. O casamento é visto como um negócio de homens que trocam as mulheres entre si.
Muraro (2000) afirma que em ianomami, casamento significa “arrastar alguma coisa”, e divórcio é “jogar alguma coisa fora”. A lenda das mulheres arrastadas pelos cabelos torna-se realidade.
As mulheres são negociadas desde crianças e existe uma solidariedade entre os irmãos da mulher e seus cunhados que impede a volta da mulher para sua família de origem quando muito ameaçada.
Se as mulheres são obtidas por rapto, são estupradas por todo grupo e depois distribuídas aos mais corajosos e agressivos. A poliginia é o mais alto grau de virilidade, isso encoraja os perdedores a invadirem outros grupos, aumentando assim a violência e a agressividade contra a mulher.
Consoante Muraro (2000, p. 56),
A poliginia é largamente praticada nas sociedades horticultoras tanto simples como avançadas. Na África, cada mulher é mais um pedaço de terra cultivado para o mesmo homem e, portanto mais uma fonte de riqueza que lhge permite comprar ainda mais mulheres. Este costume traz consigo também a compra de noivas entre clãs e o casamento em idade precoce. Em geral as jovens esposas servem como criadas para as esposas mais velhas. Por sua vez, estas meninas virão a ser patroas de outra esposa mais jovem quando forem mais velhas. O tratamento dado às esposas melhora consideravelmente se dão à luz um filho homem. Isto se passa também entre sogras e noras, de modo que o padrão de solidariedade entre mulheres é substituído, nestas sociedades patrilineares, por um padrão de dominação e competição.
Compilando analogias anteriores, as sociedades horticultoras podem ir desde a mais pacífica e estável matrilinearidade-matrilocalidade até as mais drásticas condições de uma patrilinearidade-patriarcado feroz. Tal característica é ensinada às crianças desde seu nascimento.
De acordo com Muraro (2000, p. 57):
Desde a mais tenra idade educa-se os meninos ianomamis para a mais selvagem agressividade, e as meninas para a passividade e a vitimização. Quando uma menina ianomami apanha de um irmão menor, ela é punida se bater nele de volta. Os meninos no entanto nunca são punidos por bater em quem quer que seja. E os pais ianomamis ficam deliciados quando seus filhos de quatro anos lhes dão um soco no rosto.
Os hopis, que são matrilineares e não praticam a guerra sistematicamente, educam tanto os meninos quanto as meninas para serem pacíficos, humildes, doces e não competitivos. Não se espera que nem as mulheres nem os homens controlem a sua agressividade. Ao contrário, as mulheres são estimuladas a serem mais agressivas do que os homens. Os homens têm mais força física, portanto, mais potencial para ferir ao outro.
Na Nigéria, entre os udus, as meninas são treinadas para depender de seus irmãos, e os homens, para protegerem as mulheres em geral. Elas são treinadas, também, a manipular e seduzir os homens. Às crianças é nitidamente ensinado desde pequeninas que algumas atitudes e tarefas pertencem à mulher e outras pertencem aos homens.
Profª. Drª. Anna Cecília Teixeira
Diretora do Colégio Americano Vitória.
Gestora Pedagógica do Americano Sistema de Ensino do ES.
Profª. Da Rede Doctum de Ensino