DIA DA VERDADE – 13/04/2013

 

 

 

 

 

 

por, Maria Rita Sales Régis

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Abril, mês que separa seu primeiro dia para as pessoas se divertirem criando mentiras, fazendo sorrir pessoas do seu convívio.

Quero compartilhar com vocês este tema que considero delicado e porque não dizer hediondo? A mentira.

Certo dia uma brilhante aluna argumentou, professora a pessoa que mente se preocupa em criar, elaborar uma história, se preocupa. Fiquei pensando sobre este forte argumento, conseguindo até tolerar  e reagir de forma menos instintiva ao perceber e constatar que pessoas queridas ou não queridas distorcem, omitem, mentem para se protegerem do que consideram ameaças…como entender! Se primeiro de Abril é dia da mentira, entende-se que os demais 364 dias destina-se à verdade. Ou isto também é mentira?

Avaliando os caminhos e descaminhos do nosso amado Brasil, tudo que vivemos, do que somos onerados monetariamente, as promessas, as fatalidades recorrentes  ano, após ano, o mercado, o capital que incansável engole as pessoas 48 horas por dia e elas respondem bem pois acreditam que precisam sustentar um cenário de vida exitosa, ainda que este êxito custe família, saúde e paz.

Lembro-me das propagandas da década de 70, 80 e como elas, mesmo sem tecnologia diferenciada, convidava as pessoas a serem glamourosas. Nada diferente dos tempos atuais. Use tal produto e seja ou fique como tal pessoa.

Como vêem a mentira, a ilusão permeia grande parte de nossas vidas.

É admirável o forte desejo que as pessoas tem de receberem a verdade daqueles com os quais convivem, no entanto constato quão reduzida é a capacidade “verdadeira” de ouvirem, viverem a realidade. Como preferem o conforto das sutilezas, da penumbra, das meias verdades desde que estas não retirem delas o que entendem ser ganho. Diante de perdas todos reagem e muito mal.

Nos acostumamos a ter, ganhar, alcançar tudo e diante de qualquer perda nos esfacelamos, nos desmontamos.

Afinal somos um povo maduro para as responsabilidades, limites, cumprimento de regras estabelecidas, respeito ao patrimônio, à nossa história? Meu sentimento é que temos muito o que caminhar. Somos um povo de experimento, verdades empíricas, aonde a pesquisa ainda não é prioridade, doações os necessitados são alojadas nas contas e bolsos de pseudo representantes dos interesses do povo, uma democracia comedida, limitada, censurada que pende para os extremos. Ora…uma classe pode exarcebar sua expressão enquanto que as outras neste contexto devem se resumir, se esconder do mundo e no mundo. Um lugar que tem três vocabulários: o correto, o inadequado e o politicamente correto. Confesso que ainda não sei a função real, a utilidade destas coisas que chamam de politicamente correto, não sei a quem atende, a quem alimenta.

Estudando autores importantes (René Remond, Michel Winock, Sérgio Buarque de Holanda) que versam sobre o Político, a política, Cultura Política e nossa História- as possíveis razões que nos delinearam um povo da forma que nos comportamos, observo que a cena montada para nós cidadãos não passa de uma grande falácia e me pergunto: Até quando fecharemos nossos olhos, jogaremos papéis nas ruas e reclamaremos dos alagamentos, até quando faremos gato na luz, na TV paga, desperdiçaremos água e reclamaremos das condições e fornecimento destes bens de consumo? Até quando mentiremos para nós mesmos e afirmaremos que vivemos em um paraíso quando somos bitributados de todas as formas e todos os lados? Sendo politicamente correta e aproveitando o mês de Abril, finalizo com algumas peguntas. Reclama-se do IR, mas a sonegação é uma prática que esconde a verdade, portanto convergimos aqui de novo para o primeiro de Abril. Será que o dia 01 se estende até o dia 30? Será que os controles criados para evitar a prática, suscitam nas pessoas um desejo de quebrar as regras, contrariar normas estabelecidas ou sonegam para se sentirem menos lesados enquanto cidadãos? Não se justifica um erro, cometendo outro, mas vale a pensa repensar nossas práticas. Está na hora de pararmos de fazer de conta e viver as verdades do nosso país, começando a entender a nossa história, saber nosso potencial, limitações e agir como cidadãos assertivos, íntegros e responsáveis pelos nossos caminhos. Mostra a sua cara Brasil, para gente ser um povo de verdade, feliz!