Qualidade e a Saúde – 09/08/2013

 

Resumo: Na última década, temas como a qualidade e integralidade da assistência, a produção do cuidado, o trabalho em equipe, o acolhimento e a chamada “humanização” dos serviços de saúde vêm ocupando uma posição cada vez mais central na agenda de discussões setoriais. Os hospitais passam a ser submetidos a um enorme leque de medidas direcionadas para a profissionalização/modernização da gestão, que compreendem desde o uso mais intensivo de sistemas de informações gerenciais e ferramentas de gestão oriundas da área empresarial – como a abordagem da qualidade total, a reengenharia, o planejamento estratégico e a remuneração do pessoal baseada na performance – até propostas mais sistêmicas de autonomização e instauração de contratos de gestão.

Palavras Chave: Qualidade na Saúde – Gestão em Saúde

 

A busca de excelência é uma diferenciação das empresas e a qualidade é hoje uma das principais estratégias competitivas nas diversas empresas e nos diversos setores.

 

A qualidade está intimamente ligada à produtividade, a melhoria de resultados e aumento de lucros, através de redução de perdas e do desperdício, do envolvimento de todos na empresa e consequente motivação.

 

As transformações exigidas pela modernidade estão apontando para uma nova relação entre trabalho, gestão e a capacidades das pessoas contribuírem individualmente para os resultados das organizações.

 

Essa contribuição pode impactar positivamente ou negativamente nos serviços que as empresas disponibilizam aos seus clientes.

 

Por isso é importante avaliar o que o cliente quer, o perfil dele e como esses clientes devem ser tratados em uma sociedade onde o requisito mínimo é qualidade.

 

O debate sobre a gestão e a qualidade do cuidado nos hospitais tem assumido um papel cada vez maior na agenda dos gestores, dos profissionais de saúde e dos usuários.

 

Na última década, temas como a qualidade e integralidade da assistência, a produção do cuidado, o trabalho em equipe, o acolhimento e a chamada “humanização” dos serviços de saúde vêm ocupando uma posição cada vez mais central na agenda de discussões setoriais.

 

Analisando o atual contexto da assistência hospitalar e seus desafios, estudos apontam igualmente a crescente racionalização das práticas médico-hospitalares, integrando-se a medicina cada vez mais na ordem econômica global

 

Os hospitais passam a ser submetidos a um enorme leque de medidas direcionadas para a profissionalização/modernização da gestão, que compreendem desde o uso mais intensivo de sistemas de informações gerenciais e ferramentas de gestão oriundas da área empresarial – como a abordagem da qualidade total, a reengenharia, o planejamento estratégico e a remuneração do pessoal baseada na performance – até propostas mais sistêmicas de autonomização e instauração de contratos de gestão.

 

Do ponto de vista da qualidade do cuidado, uma revisão da literatura sobre qualidade da atenção no Brasil, identifica os seguintes problemas nos hospitais brasileiros:

ü  Erros ou demoras no diagnóstico;

ü  Não aplicação de procedimentos recomendados (uso de terapias e técnicas ultrapassadas);

ü  Não aplicação de procedimentos corretos em cirurgias, partos e exames;

ü  Falhas na seleção e administração de medicamentos;

ü  Erros na dosagem ou modo de usar dos medicamentos e na dispensação dos medicamentos receitados;

ü  Demoras desnecessárias no tratamento ou em compartilhar resultados de exames;

ü  Uso de tratamentos incorretos ou inapropriados;

ü  Não uso de tratamentos profiláticos recomendados;

ü  Falta de sistema de monitoramento, revisão e controle;

ü  Problemas com equipamentos e;

ü  Inexistência de sistema para treinamento de pessoal.

 

Hoje, a organização da atenção nos hospitais está centrada em especialidades, procedimentos e/ou setores do hospital, resultando na fragmentação do cuidado, verticalização das equipes, não responsabilização pelo paciente como um todo e não avaliação dos riscos e vulnerabilidades do paciente e sua família.

Como consequência, predomina nos hospitais:

ü  A impessoalidade na assistência,

ü  A elaboração de planos de cuidados normativos,

ü  O não desenvolvimento de solidariedade e empatia e,

ü  Não raro, até a negligência e omissão quanto a importantes necessidades apresentadas pelos pacientes e suas famílias.

 

Estas últimas também fortemente condicionadas pela própria dinâmica da sociedade contemporânea e brasileira, em particular, marcadas por um processo crescente de individualismo, desvalorização da vida e de banalização da dor e sofrimento alheios.

 

A discussão sobre a segurança do paciente aponta para a importância do desenho dos processos de trabalho e realização de atividades sistemáticas para prevenir e reduzir riscos para os pacientes.

 

O gerenciamento do risco deve envolver algumas estratégias que permita investigá-los, quantificá-los, eliminar ou reduzir os seus efeitos.

São utilizados como indicadores de programas os termos: efetividade, eficiência e eficácia.

A adoção de ferramentas para medição do desempenho e da qualidade nas Instituições de Saúde, tem se tornado requisito indispensável para atingir resultados satisfatórios neste mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

 

Entre todas as razões que colocam as Instituições de Saúde diante do desafio de melhorar seu desempenho, o mais relevante é que existe uma forma de garantir o atingimento eficaz e eficiente das metas e objetivos permitindo sua sobrevivência.

 

Os indicadores são desenvolvidos e utilizados para sinalizar onde e quais melhoramentos podem ser efetivados para melhorar e otimizar os procedimentos realizados pela Instituição.

 

Para implantar um Sistema de indicadores na Instituição é necessário:

 

1. Criar cultura e clima adequados;

2. Formar times com foco na estratégia;

3. Identificar todos os pontos críticos que possam afetar a segurança da prestação do serviço;

4. Normatizar as melhores práticas para cada procedimento referentes a cada processo;

5. Coletar e processar os dados e resultados;

6. Analisar criticamente;

7. Tomar decisões com base nas análises e utilizá-las no planejamento;

8. Avaliar e aprimorar sempre o sistema de indicadores.

 

Gestão de Processos na Saúde

Todas atividades que fazem parte da rotina hospitalar devem ser conduzidas e integradas no sentido de alcançar a satisfação máxima do doente.

 

Estas atividades devem ser agrupadas em Processos e geridas como um Processos.

 

Temos então 4 Macroprocessos:

 

ü  Processo Clínico: todas as operações que dizem respeito à atividade médica (consultas, operações, internamentos, …);

 

ü  Processo Administrativo: todas as atividades de back-office e de atendimento ao utente (marcação de consultas e exames, escalonamento do internamento, receção, …);

 

ü  Processo de Logística de Materiais: todas as operações que fazem a gestão de material usado, e que permitem que este esteja no local certo, à hora certa (material de consumo clínico, hoteleiro, administrativo e farmacêutico);

 

ü  Processo de Gestão: todos os processos que gerem as outras atividades (gestão de consultas, gestão de recursos humanos, …).

 

 

Um hospital deve colocar o doente no centro das operações.

Do ponto de vista dos usuários do sistema hospitalar, os principais aspetos que pretende alcançar são:

 

ü  Resolver o seu problema de saúde através de um tratamento de excelência e à primeira, não haver erros de diagnóstico;

ü  Minimizar o custo;

ü  Receber o seu tratamento/diagnóstico quando ele quer, sem esperar longas horas em consultórios;

ü  Receber o seu tratamento/diagnóstico onde ele quer, idealmente perto de casa ou do local de trabalho.

UMA SAUDÁVEL SEMANA!

DR. LUDMAR ACOSTA DE OLIVEIRA.

MÉDICO DO TRABALHO – ADMINISTRADOR HOSPITALAR