Viver na Superfície ou Mergulhar – 18/11/2013

 

 

 

 

 

 

por, Maria Rita Sales Régis


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A vida nos convida continuamente a perceber o entorno, pensar, expressar nossos pensamentos, debater, tomar uma posição clara diante das demandas tanto as internas (nossas emoções) quanto as externas (advindas de outras pessoas, instituições, convenções).
Entre encontros e desencontros, idas e vindas, deparamo-nos com pessoas que nadam nas suas vindas de forma superficial. Ela nada no raso, não entra em contato consigo, com o outro, com seus reais desejos, expectativas, fazendo muitas coisas sem domínio de nenhuma, conhecendo muitas pessoas sem ao menos recordar seus nomes e histórias, vivendo meias verdades, meias alegrias, meias tristezas e frustrações.
Segue por osmose absorvendo demandas externas, acreditando piamente que está vivendo. Nas transições significativas, fronteiras entre as décadas da vida se assusta por não ter dado conta que o tempo, o bruxo do tempo que irascível passa incólume, sem nem pensar em parar.
O desconhecimento, a ignorância, a reduzida visão de temas, sejam quais forem, dá uma condição privilegiada do sujeito compreender a situação, mas não o que a antecede tampouco as consequências. A esta forma de viver pode ser denominada como indolor.
Cada um faz sua série de exercícios sem noção do efeito que causa cada movimento em cada grupo de musculatura.
Outros atentos a vida, mergulham, pensam, refletem, ponderam e de tanto pensar, não vivem. Evitam, fogem se acautelam do sentir, do temer, do arriscar. Esses vivem angustiados, sentindo previamente supostas dores que põem ocorrer se…
E o último grupo de pessoas são as que pensam, mas não se aprisiona no pensar. Permitem-se viver cada gota da vida. Sorriem se alegres, choram se tristes, discutem se contrários, confrontam, arriscam e mergulham em seus momentos para vencer o ciclo que se iniciou, desenvolveu e precisa ser encerrado e apenas é encerrado se vivido na sua plenitude.
Cabe aqui uma importante ponderação: não aponto qual dos três públicos acima citados agem de forma certa ou equivocada. Aponto tão somente a necessidade de entrarmos em contato conosco, reconhecendo nossas repartições cerebrais, gerenciando de forma adequada nossas potencialidades, acalentando e fortalecendo as vulnerabilidades. Nadar é importante, é treino, exercício. Mergulhar é fundamental para aprender a viver sob pressão, ver outros cenários, possibilidades.
Ficar no calor do escuro, sentir até a última gota para assim submergir para a vida, pode significar pensar, sentir, falar e agir com plenitude e isto sim é VIVER.