SSO: Gerenciamento de Fadiga com Objetivo de Reduzir Acidentes

4ª Parte/ 5 Partes

 

Implantação do Plano de Gerenciamento de Fadiga

Uma vez determinadas as medidas de controles, será preparado o Plano de

Gerenciamento de Fadiga, que deverá ser  redigido de forma clara e deve conter no mínimo os seguintes itens:

 

A – Objetivo – definir claramente qual o propósito do plano;

 

B – Responsabilidades para todos os níveis hierárquicos – determinar as responsabilidades para todos os trabalhadores da empresa.

Pode ser utilizada a matriz RACI (Responsibility, Accountability, Consult and Inform) a qual orienta nas definições das responsabilidades gerenciais (accountable) inclusas no plano de gerenciamento de fadiga, nas responsabilidades para execução (responsible), quem deve ser consultado (consult) para permitir que o plano atinja o seu objetivo e, finalmente, quem deve ser informado (inform) sobre as ações do plano;

 

C – A avaliação dos riscos realizada – detalhar a avaliação dos riscos que foi realizada, incluindo a metodologia de análise utilizada.

Também, deve-se citar a composição do grupo da avaliação, critérios de aceitabilidade dos riscos, critérios de aprovação da análise, dentre outros;

 

D – As ações que devem ser implementadas para controlar os riscos – incluir no plano que depois de concluída a avaliação dos riscos, deverá ser adotadas ações para eliminar, reduzir, controlar ou mitigar os riscos. Inicialmente, ocorrerá uma discussão detalhada dessas ações considerando a eficácia, complexidade e plausibilidade de implementação.

Finalmente, deixar claro sobre a verificação do caminho mais eficiente para a implementação dessas ações;

 

E – Cronograma de implementação do plano – esse item complementa o anterior.

Esclarecer no plano que é fundamental elaborar e seguir um cronograma de implementação das ações de controle dos riscos.

O prazo de implementação deverá estar de acordo com a categorização do risco conforme a Tabela 3, ou seja, será menor para aquelas ações referentes aos maiores riscos.

Todavia, deve-se levar em consideração a complexidade de implementação da ação.

Aquelas mais complexas demandam um prazo maior, por isso, deve-se encontrar um balanço adequado para as variáveis que interferem no processo de implementação;

 

F – Plano de acompanhamento da implementação das ações – informar como será acompanhada a implementação das ações.

Geralmente as empresas fazem um plano bem detalhado, contudo, não há um acompanhamento e os prazos raramente são cumpridos.

Sugere-se que seja formado um grupo de acompanhamento de implementação do plano de gerenciamento de fadiga e que se reúna, pelo menos uma fez por mês, para efetuar uma análise crítica e, daí, fazer as correções necessárias;

 

G – Como será feita a comunicação para todos os trabalhadores sobre o plano de gerenciamento de fadiga – deverá constar no plano que a participação dos empregados é essencial para o processo.

Além da participação de alguns empregados no grupo de implementação, deve-se buscar a disseminação das informações referentes ao progresso do plano, incluindo resultados obtidos.

Definir como será feito a comunicação, por exemplo, por e-mail, cartazes, informativos em quadros de aviso, em reuniões de segurança, dentre outros;

 

H – Plano de treinamento para os trabalhadores – algumas ações para controle dos riscos demandarão treinamentos dos trabalhadores que estejam expostos aos riscos.

Por exemplo, caso seja detectado que o estilo de vida é um dos fatores de risco para a fadiga, certamente serão necessários treinamentos específicos que abordem esse tema.

Deve ficar claro no plano os itens que devem compor um treinamento, tais como:

a) conteúdo programático;

b) duração do treinamento;

c) público alvo;

d) metodologia de avaliação do treinamento e dos participantes, etc.;

 

I – Preceitos da auditoria do gerenciamento de fadiga – depois de implementado o plano de gerenciamento de fadiga, é preciso empreender auditorias, em base periódica, a fim de verificar qual o nível de aderência. Deve-se definir claramente quais os preceitos da auditoria, tais como, escopo, qual a periodicidade, metodologias, requisitos para condução da auditoria, modelo de relatório final, para quem o relatório será enviado, etc.;

 

J – Regras da análise crítica do plano – a análise crítica possibilitará a correção do plano em relação a eficácia conforme os resultados de acidentes, incidentes e desvios ocorridos, tal como detalhado no item seguinte.

 

UMA SAUDÁVEL SEMANA!

DR. LUDMAR ACOSTA DE OLIVEIRA.

MÉDICO DO TRABALHO – ADMINISTRADOR HOSPITALAR.