ESTRATÉGIA GLOBAL DE REALINHAMENTO GEOPOLÍTICO – 07/12/2013

O conflito na Siria tem se estendido de forma dramática, por mais de dois anos a guerra civil tem corroído o pais deixando um lastro de desespero, morte e opressão à população civil. Um grande e prospero país com importantes portos como Lattakia e Tartous responsáveis por grande parte das importações de café que partiam em navios cargueiros e depois containeiros saído dos portos do Espírito Santo. Hoje o país sofre com a destruição causada pela guerra e uma população totalmente dividida, o sectarismo tomou conta da nação, grupos étnicos como Alauitas, sunitas, salafistas, etc, tentam ganhar terreno e impor seu protótipo de governo.
O problema agravante é que grandes grupos terroristas estenderam uma espécie de franquia para Siria, em que militantes islâmicos e outros grupos de mercenários ou adeptos a causa jihadista estão se deslocando para lá, como se fosse uma espécie de laboratório de treinamento, em que a vontade é submetida a obrigação de lutar. Com isto estes grupos estão adquirindo grande “expertise” na arte da guerra. Como resultado a Síria se tornou um grande sistema deontológico do mal, com hordas de terroristas de todas as partes do globo se deslocando para aquele pais.
Não é sem motivo que os Estados Unidos e União Européia estão reticentes em prestar apoio militar à oposição na Síria, pois eles não conseguem distinguir quem é a oposição o que eles pretendem, qual o projeto de governo ?(se é que existem algum). Com isto o estado está cada vez mais fragmentado, com seu líder Assad, tendo cada vez mais que fazer concessões a seus aliados, leia-se Iran e Russia. Que na verdade são os grandes protagonistas nesta guerra, como grandes “players” estão fazendo um grande jogo neste novo realinhamento das nações.
Quem perde com isto é Israel e Arábia Saudita,(será que haverá um alinhamento entre eles) Israel está se distanciando cada vez mais de seu grande aliado no ocidente que é os Estados unidos. Haja visto o acordo para redução do projeto nuclear realizado com Iran em que o P5+1(este 1 leia-se Alemanha no conselho de segurança da ONU) estarão monitorando as instalações nucleares do Iran. A política externa do governo Obama tem sua visão estratégica totalmente voltada para o eixo Ásia-Pacífico. Com o grande crescimento econômico da China e as recentes reformas implementadas pelo recente líder do governo XI Jinping e o premier Li Keqiang, insta ressaltar, são mudanças bastante significativas que parecem simular uma estratégia política de governo para uma espécie de capitalismo light ou neo-moderado. Com isto, pretende a China, dar mais mobilidade a sua população e estimular ainda mais o crescimento econômico, aumentando a sua hegemonia no continente asiático.
Não é sem razão que os norte americanos estão preocupados, principalmente com seus aliados mais próximos na Ásia que são o Japão e Coreia do Sul. Os americanos buscam cada vez mais fortalecer sua presença militar estratégica nestes dois países, inclusive com exercícios de guerra em conjunto. Mas, também não podem prescindir da importância e evolução do comércio com a China, principalmente com a possível entrega das obras de ampliação do Canal do Panamá previsto para o ano de 2014 em que o volume de tonelagem passará dos atuais 250 milhões para aproximadamente 600 milhões de toneladas ano de mercadorias deste imenso corredor transpacífico, agora capitaneado pelo canal do panamá encurtando distâncias e reduzindo o custo do frete marítimo.

Dados sobre o autor:

Paulo S. Silvano Oliveira
Advogado
Extensão em Direito marítimo
(Responsabilidade civil do transportador marítimo)
“Expertise” em portos – tendo atuado por 10 anos em portos da VALE.
e-mail: paulosergio.silvano@oi.com.br
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